sábado, novembro 01, 2003

Nós como cães...

Filme absolutamente genial, DOGVILLE.
Assombroso.
Nas sombras luminoso.
Cru e pecaminoso.


À saída da sala, tudo sentia ao mesmo tempo belo e odioso...
Todo e qualquer rosto insultuoso...
Tudo a correr para os seus fiéis defuntos...
O luto zeloso?
Senti o sábado insosso, o outono invernoso,
o paí­s cavernoso, o futuro desastroso,
o governo desgoverno burroso,
todo o idiota a querer ser ídolo famoso,
todo o homem revi como um cão raivoso,
deus como que licenciosamente silencioso,
todo o corajoso maldoso,
nenhum pensamento radioso,
só este humor sulfuroso, sem gozo,
meu corpo vicioso...


...à  saída, só me lembrava da brava Nicole,
da sua inteligência e coragem,
da sua força e intuição,
da sua tocante fragilidade,
da sua quase divina beleza...
Quem nunca se apaixonou por uma mulher do cinema?


Numa despatriada palavra: DOGVIDA!!!



P.S.: Um pensamento malicioso, quase libidinoso...
... que vos proponho: em vez de um bairro, uma aldeia ou cidade,
que tal imaginar o nosso local de tabalho, qualquer que seja,
como Dogville...


FC