terça-feira, dezembro 12, 2006

teste

sexta-feira, setembro 29, 2006

teste

quarta-feira, outubro 13, 2004

Fim deste caminho

É melhor acabar.
Este espaço nunca foi meu.
Desisto disto.
Começo a guardar-me para outras viagens,
assim não esmoreça a coragem.
Passo a bola.
Delego. "Deleto".
Jogo-me para o lixo.
FC

sábado, agosto 28, 2004

Fugir para longe do equador

Noite amena de um destes dias, deste manso Verão. Livraria quase deserta num vazio centro comercial. Um casal de reformados tacteia sobre os livros nas estantes. Diz a mulher:
- Podíamos comprar o "Código da Vinci" para as férias...Ou senão o "Equador"...
O homem diz que sim, que levassem os dois. Fujo logo dali. Irritam-me os best-sellers.
Embirro com os livros que todos andam a ler, que todos gostam. E não sei o que são livros
para ler em férias. Provavelmente, vou ser o último portuga a ler o romance do Miguel Sousa
Tavares. Eu que até gosto dele.
Mal saio da livraria, logo a subir as rolantes escadas, uma rapariga com o "Fazes-me falta" debaixo do braço. Tinha logo de ser!

Não me lembro, desde que há metro na invicta, de alguma vez ter visto, por exemplo, alguém a
ler Camus ou Kafka. Ou Musil. Um qualquer dos eternos.
Mas já vi muitos "Códigos"...

FC

Nathalie

Gostei muito deste filme.
Fotografia quente, envolvente, diálogos certíssimos, argumento muito sábio...
E duas actrizes esplêndidas, belíssimas. Há muitos anos que olho para Emmanuelle Béart
como um dos mais mais belos seres à face da terra...

E há um diálogo de que gosto particularmente. Tenho mesmo uma invejazinha de não ter sido
eu a escrevê-lo. É uma discreta homenagem à Joy Division, ainda por cima encarnada no filho
da mítica Nico...

E há Paris. De que terei sempre saudade, apesar de, em toda a minha vida, só lá ter estado dois curtos dias.



FC







quarta-feira, julho 21, 2004

Carrapateira

Adjectivar, adjectivar, adjectivar.
Nunca desta praias amadas,
saberei cantar o mar.
 
                                        FC

Logos & Saldos

 
  Nesta época de saldos e promoções,  sou sempre sacudido por tentações consumistas,
por febres nada "no logo"...
...e chego mesmo a sonhar que se tivesse vinte anos e muito dinheiro nos bolsos, também eu me PRADAva da cabeça!!!
 
 Assim, com o dobro da idade, pobre de dinheiros  e até de espírito, lá me levo nesta vida aZARAda...
 
 
                                                                FC

quarta-feira, julho 14, 2004

Sophia

Deus a escrever poesia.

(A nossa língua, universal.)


FC

terça-feira, junho 01, 2004

terceiro mundo

Último dia do mês. Como que um calvário no Carvalhido. Cenário terceiro-mundista.
Dirijo-me a um posto dos CTT (hoje transformados numa espécie de lojas de cidadão de bairro).
Atravessando a praça, avisto logo a fila que de dentro se estendia até ao exterior, chegando a
confundir-se com a fila mais pequena, das pessoas que esperavam o autocarro.
A dita fila, ou a maldita bicha se quiserem, devia ter uns bons 50 metros.
Que povo este que espera sempre o último dia do mês, para pagar tudo e mais alguma coisa!?
Uma multitude de analfabetos, concretos ou funcionais, iletrados de toda a espécie, lamuriosos reformados ou queixosas domésticas, e os desprevenidos
do costume. Como eu.
Gente aflita, de recibos e facturas na mão, com medo dos “mitras” e dos “penetras” que se fazem
de lorpas e fazem de conta que não viram bicha nenhuma, gente ansiosa que não sabe pagar as contas da
tv cabo, da água, da luz, ou do gás de outra forma, mísera gente que tem de esperar sempre pelo derradeiro
dia do mês para poder comprar o “passe” ou liquidar qualquer uma dessas dívidas implacáveis.
Reformados a quem o dinheiro nunca chega nem nunca sobrará. Sempre achei um milagre como conseguem
sobreviver.
No meio disto tudo, um ou outro negro de um país improvável, gorro exótico na cabeça,
esperando autorização para telefonar, balbuciando palavras insanas.
Para ajudar a toda esta festa, os nossos carteiros nunca se dignam bater à porta ou a tocar à campainha. É
bem mais fácil deixar um avisozinho a dizer que “não atendeu”. E lá vamos nós, então, engrossar a fila dos desesperados,
depois de gastar gasolina ou a sola dos sapatos e de, sobretudo, desperdiçar o mais precioso dos
bens nos dias de hoje, o tempo, esse gajo mesmo.



FC