sábado, agosto 28, 2004

Fugir para longe do equador

Noite amena de um destes dias, deste manso Verão. Livraria quase deserta num vazio centro comercial. Um casal de reformados tacteia sobre os livros nas estantes. Diz a mulher:
- Podíamos comprar o "Código da Vinci" para as férias...Ou senão o "Equador"...
O homem diz que sim, que levassem os dois. Fujo logo dali. Irritam-me os best-sellers.
Embirro com os livros que todos andam a ler, que todos gostam. E não sei o que são livros
para ler em férias. Provavelmente, vou ser o último portuga a ler o romance do Miguel Sousa
Tavares. Eu que até gosto dele.
Mal saio da livraria, logo a subir as rolantes escadas, uma rapariga com o "Fazes-me falta" debaixo do braço. Tinha logo de ser!

Não me lembro, desde que há metro na invicta, de alguma vez ter visto, por exemplo, alguém a
ler Camus ou Kafka. Ou Musil. Um qualquer dos eternos.
Mas já vi muitos "Códigos"...

FC

Nathalie

Gostei muito deste filme.
Fotografia quente, envolvente, diálogos certíssimos, argumento muito sábio...
E duas actrizes esplêndidas, belíssimas. Há muitos anos que olho para Emmanuelle Béart
como um dos mais mais belos seres à face da terra...

E há um diálogo de que gosto particularmente. Tenho mesmo uma invejazinha de não ter sido
eu a escrevê-lo. É uma discreta homenagem à Joy Division, ainda por cima encarnada no filho
da mítica Nico...

E há Paris. De que terei sempre saudade, apesar de, em toda a minha vida, só lá ter estado dois curtos dias.



FC